(Resenha) O Doador de Memórias - Lois Lowry


Edição: 2
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580412994
Ano: 2014
Páginas: 192
Tradutor: Maria Luiza Newlands
Ganhadora de vários prêmios, Lois Lowry contrói um mundo aparentemente ideal onde não existe dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não existe amor, desejo ou alegria genuína. Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora - o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes. Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz idéia de que seu mundo nunca mais será o mesmo. Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar. Premiado com a Medalha John Newbery por sua significativa contribuição à literatura juvenil, este livro tem a rara virtude de contar uma história cheia de suspense, envolver os leitores no drama de seu personagem central e provocar profundas reflexões em pessoas de todas as idades.
O Doador de memórias, publicado anteriormente como " O Doador" aqui no Brasil, é um livro meio antigo e antes de ficar sabendo da adaptação cinematografica (que só fui buscar mais informações sobre por causa da Taylor Swift e da Meryl Streep) nunca tinha ouvido falar sobre. Me surpreendi bastante quando fiquei sabendo que se tratava de uma distopia (meu atual gênero queridinho), mas não posso dizer que a leitura foi lá uma das mais animadoras, infelizmente.

O mundo criado por Lois Lowry é bem clichê entre as distopias atuais, onde o autor desenvolve uma sociedade "igualitária, justa, sem dor, sem sofrimento ...", ou seja um lugar teoricamente utópico. Mas é claro, não é bem assim que as coisas funcionam, afinal a situação não se tornou "ideal" pelo crescimento individual das pessoas e sim porque são extremamente controladas.

Cada individuo desempenha uma função na sociedade, pré determinada de acordo com suas características pessoais (que são observadas ao decorrer do crescimento), a função que a pessoa irá desempenhar é divulgada em uma grande cerimonia quando se completa 12 anos. Aliás, existe uma cerimonia para cada idade relacionada ao desenvolvimento ideal para as fases da vida e todas as crianças comemoram o aniversário juntas, então você deve estar se perguntando porque comemoram aniversário juntas. Bem, uma das funções na sociedade é "ser mãe", então um seleto grupo de mulheres é responsável por gerar os bebês, que são analisados em um centro especifico até um certo momento da vida e depois direcionados para uma família, caso tudo esteja correto com ele. Se não estiver nem preciso dizer o que acontece, né? Como uma população pode aceitar tão facilmente todo esse controle sem se rebelar? Bem... Se elas não tiverem sentimentos fortes e verdadeiros aturar tudo isso se torna fácil. E é exatamente isso que acontece. Não com Jonas.

Para não privar o mundo de todo conhecimento adquirido durante as gerações humanas anteriores, existe sempre um guardião, podemos chamar assim, que pode ter acesso a tudo que aconteceu no passado e que sente tudo como qualquer humano normal. Quando esse guardião está com uma idade avançada outro é treinado para substitui-lo, e é nesse ponto que Jonas entra. Jonas é o escolhido. Jonas é diferente. Jonas não está disposto a aceitar a forma que a sociedade é. Jonas quer mudanças.

A premissa é extremamente interessante e eu arrisco dizer que muitas das distopias young adult atuais podem ter sido inspiradas/baseadas em O Doador. Acontece que não é premissa interessantes que boas histórias são feitas e acabei me pegando no meio de uma leitura bem fria, sem acontecimentos relevantes... Sem emoção alguma. Me senti quase uma pessoa da sociedade em questão, porque não amei, não odiei... Não senti nada. Sabe quando vocês leem um livro e quando o terminam nada está diferente do antes? Você não tem o que questionar, não tem o que dizer... Simplesmente leu algo e irá esquecer facilmente, porque não causou nenhum impacto. O doador de memórias funcionou desta forma para mim. Talvez tenha até sido a intenção do autor, quem sabe?

Não tinha como a maioria dos personagens serem lá muito bem construídos, ou profundos porque todos eles eram um tanto alienados por causa de todo controle. Mas ainda assim ficou faltando aquele clímax, aquele ponto da história em que você ficasse sem fôlego e por mais que Jonas tenha sido um personagem adorável, ele não conseguiu me transmitir muita coisa. Talvez porque eu sempre espere muito das distopias e por eu ter lido tantas, que o livro tenha sido frio. Mas acho que vale a pena ser lido, porque a proposta é muito boa e...

Ponto principal citado lá em cima - O filme - que parece que vai ser sensacional. Sempre gosto de ler primeiro a base para depois avaliar o que foi feito em cima dela e acredito que a história criada por Lois Lowry pode originar um filme muito bom, ainda mais com o elenco de peso que foi escolhido.
Pretendo assistir em breve e talvez faça uma postagem Filme x Livro por aqui... Tudo vai depender do meu tempo que está corrido.

Não nos atrevemos a deixar as pessoas fazerem escolhas próprias. 

11 comentários:

  1. Estava doido pra ler esse livro antes de assistir o filme, mas depois que vc disse que a leitura é bem fria, acho que vou assistir o filme primeiro e depois ler o livro, enfim... resenha otima como sempre

    Abraços
    des-construindooverbo.blogspot.com.br

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  2. Oi...

    Não tive vontade de ler esse livro. Parece interessante mais não me encheu os olhos! Vou ver primeiro o filme, dai vejo se dou uma oportunidade ao livro.
    Beijos!

    Cintia
    http://www.theniceage.blogspot.com.br/

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  3. Olá, Paula. Nem preciso dizer que adorei a resenha e fiquei com vontade de ler o livro.
    Fiquei curioso com o fato de ser parecido com as outras distopias e, até mesmo, de ter a possibilidade de outras distopias terem sido baseadas nela.
    Eu gosto muito desse tipo de cenário, então acho que aproveitaria a leitura. Vou colocar na minha lista de desejados.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de setembro

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  4. Oi, Flor! Tudo bom?
    Quanto tempo não venho no seu blog e que saudade eu estava, prometo não sumir mais, tudo bem?
    Essa história está me perseguindo, isso eu posso dizer. Primeiro aconteceu com o filme, depois resenhas, e ontem fui no cinema e dei de cara com o cartaz do filme, acho que preciso ler e assistir não é mesmo?
    Estou encantada e intrigada com todo o mistério que está guardado, até ele ser escolhido o tal guardião. Fico imaginando em toda a guerra que irá iniciar-se com apenas uma pessoa, trazendo a diferença e revelando os mistérios ocultados por essa sociedade. Fico sem fôlego só de querer compartilhar minhas ideias e possíveis descobertas para planos, e eu ainda nem li.. Adorei voltar aqui e já dar de cara com uma resenha de uma história que estou querendo muito ler <3

    Beijinhos,
    Percepções Blog | Grupo: Mais um livro, Por favor!

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  5. Que pena saber que o livro não é tudo aquilo, Paula. Mas talvez por ter apenas 192 páginas que também não foi tão profundo. Mas como quero muito ver o filme ainda espero poder ler o livro porque gosto de fazer comparações. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  6. Ahhhh, que pena que você não curtiu. Mas estou mais animado é pelo filme, e espero que seja bom!!! A ideia da história é boa, e como para o filme sempre mudam uma coisa ou outra, pode ser que coloquem o que faltou para a história ter o seu clímax, o seu ponto de tirar o fôlego.

    Beijos,
    Thiago - Blog GentleGeek

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  7. Oi como vai?
    Concordo com você! Para mim Divergente tem uma pontinha de o Doador. Ficou extremamente parecido.
    Eu gostei bastante da história. Na verdade, eu amei, mas eu sou suspeito para falar de distopias.
    Amanhã é a estreia e eu já estou lá na porta esperando o cinema abrir, hahahaha.


    www.enquantoestavalendo.com

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  8. Oie amiga, tudo bem com vc?
    Sei que andei sumida do seu cantinho e peço mil desculpas por isso, mas andei um pouco desanimada de postar no blog e também precisava um pouco de descanso, até porque tem hora que não dá né ? Enfim...

    Outra coisa, eu vi tantas resenhas positivas sobre esse livro que comprei semana passada ele e aquele seis anos depois do Harlan Coben, pois fiquei curiosa quanto a história e espero gostar bastante, principalmente por tudo que vc contou.

    Engraçado que eu era como vc.
    Eu lia os livros antes de ver os filmes. Fazia isso direto com os do Harry Potter (risos), porque gostava de ficar reparando em tudo que tinha ou não no livro e filme.
    Mas hoje em dia eu vejo o filme ou vice e versa. Nem ligo. Se não eu assisto de novo...enfim...Mas espero poder gostar do livro, porque a única distopia que li até hoje foi THE 100 que amei. Espero ainda conhecer as outras famosas distopias que ainda não li, embora não seja meu gênero favorito, mas quero poder ler para conhecer o que todo mundo tem lido. Enfim... Parabéns pela sua resenha.
    Se cuida fofa e fica com Deus

    lovereadmybooks.blogspot.com.br

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  9. Oi Paula. Não sabia que esse livro já havia sido publicado e muito menos que era tão "frio" assim. Achei que, por se tratar de uma distopia, traria mais emoção, ação ou reflexão. Agora é esperar o filme e ver no que dá. Bjoks da Gica.

    umaleitoraaquariana.blogspot.com

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  10. Me ajudem a espalhar meu novo blog de resenhas e livros!! por favorr

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