(Resenha) Por Toda Eternidade - Kristin Hannah

       
Edição: 1
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581633206
Ano: 2014
Páginas: 400
Tradutor: Paulo Polzonoff Jr

Resenha (principalmente a sinopse abaixo) contem (big)spoilers de Amigas Para Sempre. 

Tully Hart é uma mulher ambiciosa, movida por grandes sonhos que, na verdade, escondem as lembranças de um passado de abandono e dor. Ela acredita que pode superar qualquer coisa ao esconder bem fundo os sentimentos de rejeição que carrega desde a infância... Até que sua melhor amiga, Kate Ryan, morre. Então, tudo começa a mudar para Tully, que se vê escorregando em um precipício cheio de memórias melancólicas e remédios para dormir... Dorothy Hart — ou Cloud, como era conhecida nos anos 1970 — está no centro do trágico passado de Tully. Ela abandonou a filha repetidas vezes na infância. Até que as duas se separaram de uma vez por todas. Aos dezesseis anos, Marah Ryan ficou devastada pela morte da mãe, Kate. Embora seu pai e seus irmãos se esforcem para manter a família unida, Marah transformou-se numa adolescente rebelde e inacessível em sua dor. Tully tenta aproximar-se de Marah, mas sua incapacidade para lidar com os sentimentos da afilhada acaba empurrando a menina para um relacionamento infeliz com um rapaz problemático. A vida dessas mulheres está intimamente ligada, e a maneira como elas vão rever seus erros e acertos constrói um romance comovente sobre o amor, a maternidade, as perdas e o novo começo. Onde há amor, há perdão...

Por toda Eternidade é continuação do livro Amigas para Sempre, da Kristin Hannah. Me lembro que na época do lançamento vários blogueiros estavam recebendo os dois livros ao mesmo tempo, pelo menos os que eram parceiros da Arqueiro e da Novo Conceito, e pouca gente sabia que eram de uma duologia, porque a) Um foi lançado pela arqueiro e o outro pela Novo Conceito, b) Não lembro qual foi lançado primeiro, mas foi praticamente simultâneo. E ainda tem aqueles que são parceiros apenas da Novo Conceito, que nem sabiam que esse livro era continuação/não quiseram comprar o primeiro e acabaram lendo sem o primeiro mesmo. Não tem nada escrito no livro que insinua ser uma continuação.

Tive que começar a resenha falando sobre isso, porque achei uma grande falta de respeito com nós, leitores. Também fiquei inconformada com o big spoiler que na sinopse desse segundo livro, quem fosse ler para saber se era mesmo continuação teria a leitura do primeiro prejudicada. Vale ressaltar que também fiquei com pena de quem deixou Amigas para sempre de lado e resolveu ler só Por toda Eternidade. Amigas para sempre é uma história linda e emocionante, Por toda Eternidade nem tanto.


Após a morte de Kate esperava-se que as pessoas que ficaram para trás aprendessem e seguissem os ensinamentos dela. Sobretudo a Tully que era sua melhor amiga, a pessoa que a conhecia mais profundamente. Só que Tully nunca teve juizo e, adivinhem só? Continuou sendo uma mulher de 50 anos completamente sem juízo.

A narrativa é intercalada entre o presente e os anos decorridos após a morte de Kate. Nos acompanhamos a trajetória e o impacto que isso teve na vida de todos todos que a amavam. Principalmente de Tully, que tinha Kate como porto-seguro e de Marah, típica adolescente rebelde que precisava da mãe e não sabia. Marah se sente culpada pelas brigas que teve com a mãe antes da morte, pelo modo que a tratava e, obviamente, quando a mãe deixa este mundo o impacto sobre ela é muito grande.

Era de se esperar que Tully finalmente fizesse algo de útil e ajudasse a sua afilhada, só que ela continua cometendo as mesmas burrices. Sempre que o marido de Kate permite que se aproxime novamente da família, Tully faz algo irresponsável e estraga a situação. Ou seja... se ela ficou sozinha e isolada quando perdeu a amiga, a culpa foi completamente dela. Seria completamente insano esperar que Johnny tivesse paciência com ela após perder seu grande amor e ter que cuidar de gêmeos e uma filha rebelde. Johnny não é Kate, Johnny não tem sangue de barata e Tully precisa amadurecer.

Vocês podem observar que estou com uma dificuldade imensa de seguir a linha de raciocínio padrão das minhas resenhas, mas é porque a situação é revoltante. Você está lendo o ponto de vista de uma mulher de quase 50 anos e se sente como se estivesse lendo algo sobre uma adolescente de 15. Tudo no final de Amigas para sempre indicava que Tully iria amadurecer, que iria ajudar a família (que no fundo também é a família dela) e no final das contas é a família novamente a ajudando, mesmo com todos os seus problemas. Soma-se isso com o fato de boa parte da história ser voltada para Kate conversando com Tully inconscientemente, ou seja ela mesmo morta resolvendo os problemas, e a história fica tediosa, fraca, superficial, irreal (...) e vários outros adjetivos não muito agradáveis.

Spoiler de Por toda Eternidade: 
Mas como tudo tem seu lado positivo... Foi bem bacana ver a mãe da Tully retornando para cuidar da filha, a relação entre as duas que sempre foi turbulenta se tornou algo bacana. Mas aí vem novamente o lado negativo. A mulher pessoa a vida inteira chapada, completamente drogada. Você pisca e ela se recupera. Sério? A autora pesquisou sobre pessoas viciadas? Sabe o quão difícil é se livrar do vicio? Quanto tempo de tratamento isso gasta?  /Spoiler de Por toda Eternidade

Tirando a pequena parte positiva citada no paragrafo anterior eu, sinceramente, não vi mais nada de positivo no livro. Terminei Amigas para Sempre desejando profundamente todos os livros da autora, agora estou pensando se realmente quero. Será que ela tem esse tom de estragar o final das histórias existe em todos os livros dela?

Não tirei foto. Separei alguns quotes, mas nem sei em qual estante coloquei o livro. Estava completamente desanimada de escrever essa resenha, a decepção foi grande. Mas ta aí, minha opinião final sobre a duologia. Quer uma dica? Leiam só Amigas Para Sempre.  A continuação é dispensável. É melhor ficar imaginando o que vai acontecer após aquele final emocionante.


6 comentários:

  1. Oi, Paula!

    Quando vi suas menções no twitter sobre o livro, vim correndo ler a sua resenha, eu estava ansiosa para ler sua opinião! Um fato interessante, é que muitos pensaram que os livros não tiveram ligação por conta uma certa, digamos, má informação de X editora...

    Mas isso não vem ao caso, vamos falar sobre sua resenha, que alais está ótima! Li Amigas para Sempre e é lindo, tocante e profundo, mas não fiquei com nenhuma vontade de ler sua continuação por 3 motivos, o primeiro pela falta de informação de "certos" profissionais, que deveriam ter informado melhor os leitores sobre a conexão, mesmo que minima, deveria ter sido informada. Segundo, Tully, era de se esperar que ela continuasse dependente, afinal, foi a personagem mais sem graça durante Amigas para Sempre. Terceiro, eu estava com muito receio da autora não conseguir a mesma intensão, a mesma carga de AS em Por toda a eternidade... Dito e feito, um livro que podia ter sido diferente, mas que a autora não soube trabalhar corretamente no desenvolvimento.

    Enfim, parabéns pela resenha sincera sobre o livro. :D

    Beijos.

    www.daimaginacaoaescrita.com

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  2. Nossa, acho que se você não dissesse aqui provavelmente eu nunca descobriria que esse livro é continuação de Amigas Para Sempre. Sacanagem isso das editoras! Sacanagem maior da autora. No meio da resenha já estava pensando em fazer o que você sugeriu no final: ler só Amigas Para Sempre e imaginar o final. Mas sobre os livros da Kristin Hannah, uma amiga leu Quando Você Voltar e Jardim de Inverno e amou os dois. Enfim, ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  3. Oi Paula :)

    Eu vou comprar Amigas Para Sempre já sabendo que esse livro é a continuação, mas isso devido aos avisos dos meus amigos blogueiros, falta de respeito mesmo! Estou com expectativas à respeito do primeiro livro, mas seguirei seu conselho sobre o segundo. Beijos!

    http://euvivolendo.blogspot.com.br/

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  4. Eu comecei a ler esse livro e nem gostei, tive que parar, também sou parceiro da NC, e nem sabia do fato, dias depois que vim descobrir e é claro, meio que fiquei sem saber o que pensar! De certo não é um livro - pra mim - que merece uma segunda chance! Otima resenha!
    Abraço,
    Matheus.
    http://terradecarol.blogspot.com.br/

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  5. Ah, esperava que esse livro fosse melhor que o primeiro, ou pelo menos bom, tão quanto... Pelo menos foi explicado porque a Arqueiro não quis publicar a segunda parte :/

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  6. Olá!

    Achei a história bem legal, gosto de dramas que tratam de superação. Livros de Drama tendem a ser complicados de se ler e interpretar por conta da forma de como ele é composto, tipo, em um livro de aventura você tem um vilão inimigo; num romance tem o cara que gosta da namorada do personagem... no drama esse vilão são as próprias condições nas quais as personagens estão enfurnadas, e eu achei muito legal a forma como a Kristin Hannah soube passar a história de superação tanto da Tully qto da sua mãe.

    Se gostou desse, sugiro que leia O Jardim do Inverno. É muito bacana e achei melhor que essa história.

    Abraços

    Fabricio Machado
    http://www.feedyourhead.com.br

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