(Resenha) Batendo à Porta do Céu (Jordi Sierra i Fabra)


Avaliação: 5/5
Edição: 1
Editora: Biruta
ISBN: 9788578481308
Ano: 2014
Páginas: 312
Tradutor: Catarina Meloni

Uma jovem estudante de medicina decide abrir mão de seu conforto, de sua família e de seu namorado para trabalhar como voluntária em um hospital na Índia, durante as suas férias de verão. Em sua jornada, Sílvia conhece as peculiaridades de um país muito diferente do seu, convive com a pobreza e conhece pessoas que se tornarão muito especiais e importantes em sua vida, como o voluntário Leo, a médica Elisabet Roca, as pequenas Viji e Narayan e o misterioso Mahendra. Inspirado em um caso trágico de uma voluntária espanhola, Batendo à Porta do céu expõe as reflexões da jovem Sílvia ao se deparar com a precariedade da infraestrutura indiana, as perdas, o medo e si própria. Sílvia mergulha em um momento de autoconhecimento, em que se questiona sobre o amor e suas variações, sobre a importância do apoio da família e sobre o valor da vida. Sua vontade de evoluir como médica cresce, ao mesmo tempo em que suas convicções vão sendo fortalecidas. De forma cativante, o autor Jordi Sierra i Fabra sensbiliza o leitor com suas indagações, e também com a realidade indiana, que se contrasta tanto com a vida da jovem espanhola.

Sempre que a premissa de um livro indica que o conteúdo da história transmite conhecimentos culturais sobre algum povo, país ou qualquer coisa do tipo, me vejo interessada instantaneamente. Então quando tive oportunidade de ler a obra de Jordi Sierra i Fabra, não pensei duas vezes, principalmente porque a protagonista fez algo que sempre desejei fazer : Viajar para um país necessitado como voluntária e ajudar as pessoas.

Quando se cresce em um ambiente em que as pessoas ao seu redor tentam te moldar, acaba-se perdendo um pouco da personalidade própria. Acaba-se não sabendo quem de fato é. Nessa situação se encontra Silvia, que em uma tentativa de ajudar aos outros e, ao mesmo tempo, a si mesma, decide fazer uma viajem para índia, onde irá trabalhar como voluntária em um hospital.



Estudante de medicina e filha de médicos famosos, a vida inicialmente para ela no hospital em que se voluntariou não é tão fácil, afinal todos esperam que ela seja mais uma 'filhinha de papai mimada' , principalmente Leo que teve uma vida muito mais difícil que a dela. Como provar que não é nada do que imaginam, quando nem ela sabe ao certo quem é? Acontece que em meio há tantas dificuldades, com tantas pessoas sofrendo por causa da vida precária que leva não se tem muito tempo para refletir sobre si mesmo. E é exatamente nesse momento, que Silvia acaba mostrando, involuntariamente, quem é. Não só para os companheiros, mas para ela mesma.

Um show de cultura. A maioria dos livros que eu havia lido sobre a Índia falavam muito da cultura do país, dos seus deuses e da parte rica do país. Batendo à porta do céu nos mostra a realidade da maioria da população, com direito aos lados polêmicos da religião e dos costumes locais.

Além de proporcionar aos leitores todo conhecimento cultural, o autor Jordi Sierra nos dá uma lição de vida. Nos mostra o quanto uma situação como a vivida por Silvia pode nos mudar, nos moldar ou apenas nos revelar. É muito agradável, acompanhar a protagonista em sua jornada de conhecimento próprio e de ajuda ao próximo. E acreditem, não é só os doentes necessitados que são ajudados neste caminho. Afinal, as vezes as pessoas que menos se espera necessidade de ajudar, são as que mais precisam.

Vou ser sincera: É bem difícil dizer com palavras o quanto é proveitosa essa leitura, assim como todos os outros livros que nos fazem crescer como pessoa... Afinal, cada um reage de uma maneira diferente. Eu fiquei completamente encantada.

A narrativa é feita em terceira pessoa e o único defeito que encontrei em todo livro é o fato de ser apenas sob ponto de vista da Silvia. Acredito que daria para o autor   transmitir ainda mais emoção e conhecimento se tivesse aproveitado mais dos outros personagens, mas ainda assim nada que faça a obra não ser 5 estrelas.

Foi o primeiro livro da editora Biruta que entrei em contato pessoalmente e preciso dizer que fiquei apaixonada pelo capricho com a diagramação e a capa da editora. Que venham os próximos!









Muitas pessoas têm um sonho, passam a vida lutando por ele; quando conseguem realizá-lo... percebem que estão vazias, porque o que lhes permitia viver e continuar era o sonho em si, não o fato de alcançá-lo. Enquanto estavam em busca eram felizes. Quando o conseguem, não sabem o que fazer.
Que todos passamos a vida batendo à porta do céu, sempre, acreditemos ou não, porque queremos escapar do inferno que nos ameaça.

8 comentários:

  1. Já tinha visto a capa desse livro mas não sabia exatamente sobre o que se tratava. Mas vou te dizer que fiquei super interessada, Paula. Adoro histórias de evolução pessoal e misturadas com ensinamentos culturais viram um prato cheio. E o livro é lindo mesmo. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Nossa, que livro lindo! As diagramações da Biruta são mesmo lindas. Quando o livro é bom fica mesmo difícil de descrever a leitura. Eu te entendo

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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  3. Oi, Paula! Tudo bem?
    Eu não conhecia o livro, mas pelas fotos deu para perceber que ele está realmente incrível visualmente! Sobre o conteúdo, fiquei super interessada! Sou como você, não recuso a oportunidade de entrar em contato com novas culturas, lugares e pessoas e quando isso reflete no crescimento pessoal, a leitura acaba se tornando uma das minhas favoritas! Já fui no skoob adicionar "Batendo à Porta do Céu" na minha lista de desejados, adorei a resenha! Bjs
    Jéssica - http://lereincrivel.blogspot.com.br/

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  4. Heey!

    OPA, eu li estudante de medicina? Kkkkk já me chamou a atenção na primeira linha da sinopse! Compartilho dessa vontade sua e da protagonista: viajar e ajudar em países necessitados. Mas primeiro preciso me formar, né? Gostei da abordagem diferente que fizeram da Índia, realmente não me lembro de nenhum livro que tenha lido que contasse sobre essa faceta do país. Amei a resenha, amiga, vou ler o livro o mais rápido possível!

    Ah querida, te indiquei em uma TAG lá no blog. Não sei nem se você tem o costume de respondê-las, mas adoraria que desse uma olhada no post.

    Beijos
    http://escolhasliterarias.blogspot.com.br/2014/07/tag-1-era-uma-vez-uma-tag.html

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  5. Nossa, esse parece ser um daqueles livros que conseguem transmitir bons sentimentos, espero poder ler logo, e pelas fotos que tirastes ainda parece que é lindo, seeenooor!
    Vou ler assim que puder!

    http://livrologias.blogspot.com.br/

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  6. Oi Paula,
    Nossa, que diagramação/ edição linda!
    Não conhecia o atuor nem a obra e apesar de não achar que o livro faz muito meu gênero, fiquei curiosa.
    A premissa é bem interessante e o fato da personagem principal estar em uma jornada de descobrimente me encantou. Gostei bastante.
    Beijos,
    http://teens-books.blogspot.com.br/

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  7. Olá Paula,
    Eu já tinha visto esse livro por ae, mas esta é a primeira vez que leio uma resenha sobre ele e posso dizer que fiquei mega curioso. Também sou desses que gosta de mergulhar em novas culturas e lugares. E se tiver esta oportunidade ajudar, melhor ainda.
    A diagramação da editora, realmente ficou show de bola!

    Lucas - Carpe Liber
    http://livrosecontos.blogspot.com.br/

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  8. Oi Paula, tudo bem?
    Antes de mais nada, a frase que você colocou no final, me atingiu. Eu já parei para pensar sobre isso uma vez e é verdade. Existem pessoas que precisam estar em busca e quando a busca termina, elas se sentem sozinhas, pois agora perderam a função, o objetivo, o que irão fazer dali para frente? Só por causa desse pensamento, já tive a prova do que o livro pode proporcionar. Além disso, a Índia é um país que precisa muito de ajuda, deve ser uma história muito triste e cheia de lições.
    Quero muito ler. Adorei a indicação.
    beijinhos.
    cila-leitora voraz
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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