(Resenha) Perspicácia - O aprendiz e a vida (Marco Antônio Rodrigues)

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Perspicácia” é um livro para se degustar sem pressa. Os textos são soltos, independentes e por isso não nos impõe leitura desenfreada. Os 77 textos que constroem a obra abordam diversos assuntos: fala de atualidades, de fatos, de ficção, de espiritualidade, de dor, de alegrias, superação... Construídos de forma poética, os textos exploram as analogias, para exigir que o leitor medite sobre quem ele é e sobre as inúmeras forças que os comandam. O objetivo maior deste trabalho é tirar o leitor – mesmo que por breves instantes – do frenesi desgastante que a vida contemporânea vem impondo ao homem moderno, fazendo-o pensar sobre seus atuais valores, sobre a direção em que está conduzindo sua vida. “A reflexão é um sol que dissipa lentamente as brumas que ofuscam nossa luz

Recebi o livro do autor parceiro Marco Antônio a um (bom) tempo, mas demorei bastante para concluir a leitura, afinal é um livros de contos, voltado para reflexão sobre a vida e não seria agradável sair lendo um atrás do outro. Acredito que devemos ler esse tipo de livro em momentos adequados, quando estamos prontos para pensar sobre o assunto e absorver corretamente o que a leitura pode proporcionar.



Foi desta maneira, lendo um conto sempre que me sentia preparada para pensar, que consegui adquirir bastante conhecimento e amadurecer um pouquinho. Acho que sempre acabamos tirando alguma lição de vida das nossas leituras, não importa qual livro seja. Até mesmo aqueles bobinhos, do gênero young adult (ou até menos os juvenis) tem algo a nos passar. Então quando a leitura é exatamente voltada para isso tudo acontece de maneira mais intensa.

Admito que o autor gosta de usar umas palavrinhas complicadas e que me vi pegando o dicionário algumas vezes, mas de maneira geral a narrativa é bem leve, só que ao mesmo tempo profunda. De todos os contos, 3 se destacaram de maneira especial para mim, sendo eles Onde está a satisfação?, Afinidades e Perdido, e separei um quote de cada um deles, para compartilhar com vocês :

Os equilibrados de hoje, os que aceitam tranquilamente as dificuldades do momento, foram forjados na dor, na insatisfação de outrora. 

Autoavaliar-se com honestidade ainda é tarefa difícil para muitos, mas analisar o outro é comum, fácil e, em alguns casos, até um hábito pernicioso. Porque então não extrair algo positivo dessa conduta equivocada? Porque não aquilatar-me, avaliando com honestidade a conduta das pessoas com quem tenho estreita convivência, a energia dos ambientes que frequento. Eles refletem meus gostos, minha personalidade, o que me atrai. É como se eu estivesse analisando a mim mesmo.  PS: foi de longe a parte que mais gostei do livro.

Precisamos nos perder para que possamos nos encontrar. 

Procure.

Acho que seria impossível expressar com palavras, ou dizer o que aprendi e o que mudou em mim com a leitura, já que reflexão é algo bastante particular.  Mas acredito que todo mundo poderia aprender bastante com essa experiência e que é uma leitura super válida. Fiquei até com vontade de ler outros livros do tipo, já que esse foi o primeiro.