(Resenha) A filha do Sangue - Anne Bishop

• Edição: 1
• Editora: Saída de Emergência Brasil
• ISBN: 9788567296104
• Ano: 2014
• Páginas: 432
• Tradutor: Cristina Correia

Sinopse: O Reino Distorcido se prepara para o cumprimento de uma antiga profecia: a chegada de uma nova Rainha, a Feiticeira que tem mais poder que o próprio Senhor do Inferno. Mas ela ainda é jovem, e por isso pode ser influencidade e corrompida. Quem a controlar terá domínio sobre o mundo. Três homens poderosos, inimigos viscerais - sabem disso. Saetan, Lucivar e Daemon logo percebem o poder que se esconde por trás dos olhos azuis daquela menina inocente. Assim começa um jogo cruel, de política e intriga, magia e traição, no qual as armas são o ódio e o amor. E cujo preço pode ser terrível e inimaginável.

Se um dia me perguntarem qual o livro com história mais complicada que já li, A filha do Sangue provavelmente estará entre os que vão passar pela minha cabeça. Demorei umas 200 páginas para entrar no clima da história, e ainda assim me questionava sobre o fato de realmente está entendendo a história. Na verdade agora que acabei o livro ainda não tenho certeza sobre isso. Diante disso, nem preciso dizer que estou enfrentando uma dificuldade imensa para começar essa resenha, né?

Basicamente, bem basicamente mesmo - para entender a complexidade da obra vocês terão que ler -, Anne Bishop nos apresenta um universo repleto de seres fantásticos, onde feiticeiras poderosas são quem possui o poder e a mais poderosa de todas elas é a rainha. As pessoas que estão no poder não são o melhor tipo de gente, e isso não é só no livro é praticamente em todos os lugares, sendo assim fazem de tudo para se manterem onde estão. Inclusive eliminar qualquer pessoa/criança que possa atrapalhar seus planos, ou seja eliminar feiticeiras poderosas é o "plano de governo" da rainha atual. Só que ela não sabe que a Feiticeira da antiga profecia já se encontra entre eles e, mesmo sendo apenas uma criança, já é capaz de fazer mágicas que nenhum outro ser é capaz.

Ter poder demais é perigoso. Existem aqueles que desejam te destruir, porque é mais poderoso e aqueles que querem usar o que você tem e crianças são muito fáceis de serem manipuladas... Por esse motivo a profecia de tanto tempo atrás previu não só que, mais cedo ou mais tarde, a Feiticeira iria aparecer, como também quem seriam seus grandes protetores e tutores. São eles Saetan, Lucivar e Daemon  e apesar de serem da mesma família, não se dão lá muito bem... Será que eles serão capazes de ajudar Jaenelle a se tornar a grande rainha?

E não darei mais detalhes porque, sinceramente, não sou capaz de fazer isso. Genial, complexo e bizarro são as melhores 3 palavras que consigo encontrar para definir esse livro. 

Já disse no começo da resenha que a história é complicada de entender, mas os personagens carismáticos acabam fazendo tudo valer a pena. Daemon é o que eu mais gostei de todos. Talvez por eu sempre gostar do cara malvado, ou do cara que não é tão malvado, mas também não é nenhum príncipe encantado. Saetan é Lucivar, os outros guardiões da Jaenelle também são bem carismáticos - pelo menos Lucivar parece ser ( ele apareceu pouco nesse primeiro volume e, com o pouco que apareceu já me conquistou). Jaenelle é super misteriosa, poderosa e, o mais importante, tem um bom coração. Bom coração que acaba fazendo com que ela sofra, mas não vou entrar em detalhes sobre isso. Ah! Os vilões. Os vilões minha gente, são REALMENTE VILÕES! Estão existindo alguns vilões bem frouxos nos livros atualmente, quando encontro algum malvado de verdade, não posso negar que fico satisfeita. Mas acalmem-se, porque não existe nenhum precipício entre o bem e o mal, então os personagens acabam sendo bastante reais. 

Então Paula, a história tem vários personagens adoráveis e a história é criativa e genial. Onde está o bizarro? O Bizarro está nas relações. Existem os poderosos, os com menos poder e os escravos. Esses escravos, são escravos de prazer. Geralmente homens que dão prazer as poderosas feiticeiras e as mulheres que estão ao seu redor. Até aí tudo bem, nada de bizarro. Mas o que temos? Incesto, relação de mãe com filho, tio com sobrinha, homens bem mais velhos com garotas novas (...) Ah! Paula! Mas isso existem em outros livros. É verdade existe. Podemos pegar como exemplo Game of Thrones, Tigana... e vários outros épicos. Só que mesmo nestes livros isso é considerado errado, estranho, nojento (...) Em A filha do Sangue é completamente normal. Isso não fez com que eu não gostasse da história, porque gostei muito do universo criado pela autora, da magia, das formas de locomoção (sério essa é a melhor parte), mas fiquei bastante incomodada. Principalmente com algo que aconteceu no final, na verdade esse algo que aconteceu no final me deixou tão irritada que terminei a leitura classificando o livro com 2 estrelas. Mas não tem como chamar essa obra de regular, ela é realmente boa. 

Final esse que é daqueles que te deixam de cabelo branco de curiosidade.  Eu não sei quando será publicado o segundo volume da obra, mas já estou super ansiosa. 

Recomendo aos fãs de fantasia e de livros - super- bem escritos. Vale a pena, mesmo com alguma irritação aqui e ali.