(Resenha) Banshee - C.A Saltoris

        

Edição: 1

Editora: Editora Selo Jovem

Ano: 2008

Páginas: 406

Aos vinte e seis anos, tudo o que Brianna Namara queria era encontrar a cura para a sua esquizofrenia e o paradeiro de sua família. Ao descobrir-se herdeira do trono, no distante planeta Banshee, sua vida vira de pernas para o ar. Em seu novo mundo, que, para sua surpresa ainda vive na Idade Média, a jovem será treinada para lutar à frente do Exército Real, assumir o governo do continente e reunificar seu reino, para tentar vencer os guerreiros da irmandade de magia negra Maleficus Animus. Com humor, um quê de ironia, medo de fadas e crises de abstinência, Brianna tenta, em meio a muitas aventuras, brigas com o Conselho Real e segredos mágicos, tornar-se a rainha que o seu reino precisa que seja, tendo sempre a seu lado seu cavalo alado e falante Pégasus. Com seu arrogante e charmoso capitão Lugh, e seu mais novo amigo de infância, o belo tenente Cahan, ela acaba por envolver-se em um triângulo amoroso que traz consigo discórdia e um mistério incompreensível. E na luta para salvar o Amor do Universo, Brianna sentirá na pele as dores causadas por uma guerra divina, que os Deuses deixaram nas mãos de mortais sem preocuparem-se com as consequências.

Engraçado e encantador. C.A Saltoris proporciona aos leitores uma leitura pra lá de agradável, com direito a todos elementos fantasiosos possíveis de se imaginar e uma protagonista super cativante e engraçada, o que, sendo sincera, está meio difícil de se encontrar atualmente em livros do gênero.

Brianna não é uma adolescente que mal saiu da infância e vê sua vida sendo transformada do dia para a noite, sem nem se acostumar com a vida a adulta. Brianna é uma mulher de 26 anos que sente que algo no seu cotidiano está errado, que seu destino é completamente diferente da vida que está levando e ela não poderia ter mais certeza. Afinal, nem na Terra ela deveria estar. Este nem é seu planeta.

Uma alienígena? Bem seria o termo correto do ponto de vista terrestre, mas não creio que imaginamos por aqui um deles tão parecidos conosco. A questão é que a autora não criou apenas um novo planeta, ela criou um novo universo, com sua própria teoria de existência, sua própria mitologia e deuses. Mas claro, tem alguma coisa conhecida aqui ou ali, coisas da mitologia terrestre que acaba sendo ligada a mitologia de Banshee, planeta de origem de Brianna, para qual ela deve voltar e assumir seu posto como Rainha.

Sim, rainha. Em Banshee o trono não pertence aos homens e sim as mulheres. Mas o irmão da sua mãe não conseguia aceitar este fato e traiu a família, aliando-se ao lado negro, liderado por um deus que queria se tornar o principal ser adorado de Banshee. Não que ele concordasse que este deus deveria ser adorado, mas precisava se aliar a alguém forte para roubar o trono da sua irmã. Só que não conseguiu o que desejava. Apesar de conseguir sequestrar sua irmã e o marido dela (que acabaram morrendo pouco depois), não conseguiu sequestrar a recém nascida Brianna, que foi dada como morta e escondida na Terra.

Enquanto Brianna estava na terra, lutando com seus fantasmas internos que diziam que devia estar em outro lugar, Banshee era governada por um conselho real. Só que este conselho real nunca foi capaz de unificar Banshee, de conseguir todo apoio necessário para vencer definitivamente o deus cruel que quer dominar o planeta e quanto mais o tempo passa, mais precisam de uma rainha que seja capaz de fazer isso. E é neste momento que a vida terrestre cheia de duvidas de Brianna chega ao fim. Mas será que uma vida de certezas será melhor?

Apesar de ser herdeira do Trono por direito, Brianna não sabe nada sobre o país que deverá governar. Pior, não está preparada fisicamente para liderar uma guerra. Como recuperar o tempo perdido? Como mostrar aos governantes dos outros povos que se aliarão a alguém forte o suficiente para vencer a guerra? Como provar ao próprio conselho que pode fazer isso?

Acompanhamos a história da evolução de um povo que não mais está unificado, da evolução de uma mulher simples que precisa ser rainha e fazemos isso rindo muito! Sim, todo essa história séria e todos os fatos importantes são narrados com um humor adorável. Brianna é aquele tipo de protagonista que conquista todo mundo de cara. Forte e determinada, mas também não deixa de sorrir e adora fazer piadinha das coisas. Não tem como não ficar encantada com ela. E com os outros personagens também, mas não darei detalhes sobre cada um deles. Vocês terão que ler!

Não estou focando nos personagens, porque eu prefiro falar sobre a história de maneira geral (se fosse falar tudo de tudo, ficaria enorme e ninguém iria ler). Só pela mitologia, pela explicação sobre a origem do universo e pela ligação de fatos terrestres com os de Banshee este livro deve ser apreciado. Recomendo para todos os amantes do gênero e talvez, para quem não ame o gênero tanto assim também.

Outro ponto positivo é que narrativa é feita em terceira pessoa e sob vários pontos de vista, que é de longe minha forma preferida de conhecer uma história.Mas como nem tudo são flores, o livro tem seu lado negativo. Novamente... A folha branca. Se não fosse por isso provavelmente teria concluído a leitura em poucas horas. Mas o impacto preto/branco sempre cansa bastante a minha mente. Também tem alguns erros de digitação, mas isso não me incomodou. Na verdade nenhum destes dois pontos negativos me impediu de dar 5 estrelas a obra que, reforçando a ideia, vale a pena ser lida.

(...) Tomar uma decisão certa não é fácil nem quando se é u sapato gasto como eu! O importante é aprender a lidar com as consequências e aceitá-las, mesmo quando nos enchem de culpa e remorso. isso faz parte do processo de amadurecimento e ninguém pode percorrer este caminho por você. (...)