Resenha: Extraordinário (R.J Palacio)

• Autor: R.J Palacio
• Páginas: 317
• Editora: Intrínseca
• Minha Avaliação: 5/5 ♥ 
• Média do Skoob: 4.7/5
• Compare e Compre: Buscape 

Sinopse: August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade - um impacto forte, comovente e, sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor.

Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo.

Nunca o nome de um livro combinou tanto com seu conteúdo. Já tem alguns meses que eu li esse livro e percebi, quando fui organizar algumas coisas no blog, que nunca tinha resenhado ele por aqui. Só consegui pensar, como pude deixar ele de lado? Foi aí que resolvi aproveitar minha pequena folga para resenhar livros que li, amei e esqueci de comentar sobre com vocês.

Sei que não sou um garoto de dez anos comum. Quer dizer, é claro que faço coisas comuns. Tomo sorvete. Ando de Bicicleta. Jogo bola. Tenho um Xbox. Essas coisas me fazem comum. Por dentro. Mas sei que as crianças comuns não fazem outras crianças comuns saírem correndo e gritando do parquinho. Sei que os outros não ficam encarando as crianças comuns onde quer que elas vão. 

E é com esse trechinho do inicio do livro, que eu também inicio a  resenha.  August, também chamado de Auggie teve seus primeiros 10 anos de vida cheios de cirurgias e dificuldades, isso por  ter nascido com uma doença genética que, fez com que ele tivesse um rosto completamente deformado. Por esse motivo Auggie nunca frequentou uma escola e tinha medo de chegar perto das outras crianças : elas sempre se assustavam com ele. Por causa disso ele não teve muitos amigos na infância e é uma criança bem solitária. Mas tudo isso vai mudar, ele precisa encarar a vida... precisa encarar uma escola de verdade.

Quem nós somos! Nós! Certo? Que tipo de pessoa somos? Que tipo de pessoa são vocês? Não é isso o mais importante? Não é esse tipo de pergunta que deveríamos nos fazer o tempo inteiro?”que tipo de pessoa eu sou?

Auggie não está muito animado com essa ideia, ele tem medo da reação das outras crianças e com razão. Quando começa a frequentar a escola acontece tudo que ele previa : crianças falando sobre ele pelas costas, crianças com medo de ficar perto dele, e até crianças que acham ser possível pegar a doença dele por contato, como se ele tivesse algum tipo de praga. Mas como tudo na vida tem seu lado bom e ruim, ele também conheceu pessoas boas, que fizeram a experiência valer a pena.

Extraordinário é um livro com uma leitura muito rápida, porém bastante profunda e emocionante. A narrativa é organizada por pequenos capítulos pequenos, narrados em primeira pessoa por vários personagens, nos fazendo conhecer cada um deles muito bem e entender como a situação do Auggie afeta a vida de cada um deles.

- As pessoas são iguais quando vão para o céu?
- Não sei. Acho que não.
- Então como elas se reconhecem?
- Não sei querido. Simplesmente sentem. Não precisamos dos olhos para amar, certo? Apenas sentimos dentro de nós. É assim no céu. É só amor. E ninguém se esquece de quem ama.

Os pais dele, como já é de se esperar, são super protetores. Tem medo de como a sociedade pode afetar  a vida do Auggie e fazem de tudo para que ele possa ser o que ele mais quer : somente uma pessoa comum. Fiquei impressionada e encantada com o personagem que, apesar de todas as dificuldades,  administra as situações da melhor maneira possível e ainda com humor. Uma das coisas mais bacanas da leitura é observar as consequências da doença do Auggie na vida da sua irmã, quando você começa a ler só consegue pensar nas dificuldades da vida dele e nem para para pensar que ele não é o único com problemas. Quando o capítulo está sob o ponto de vista dela, começamos a entender melhor a situação, que sua infância também não foi uma das mais fáceis. Ela também era só uma criança, mas seu irmão é que precisava de toda a atenção.

Mas a questão é que eu apenas entendia que reclamar não adiantaria nada. Eu vi August depois das cirurgias: seu rosto inchado e enfaixado, seu corpinho cheio de cateteres e tubos para mantê-lo vivo. Depois que você vê alguém passando por isso, parece loucura reclamar por não ter ganhado o brinquedo que pediu ou porque sua mãe perdeu a peça da escola. Aprendi isso aos seis anos. Ninguém nunca me disse. Eu simplesmente soube.

 É interessante observar que cada personagem é de extrema importância, nos fazem refletir sobre a vida, sobre nossas atitudes em diversas situações e sob vários pontos de vista. O resultado disso? Ah! Um livro emocionante sem dúvidas.

A minha edição é a primeira com a capa branquinha e a lombada vermelha e a diagramação está impecável. Saiu uma edição com a capa azul, em uma coloração bem parecida com a de A culpa é das estrelas, e eu não tive contato com ela. Acredito que esteja tão bem feita quanto, provavelmente até mais. Aliás, a capa está linda. Olhem :

A resenha ficou bem pequena, admito que eu achei que ficaria maior. Acontece que eu acabei me segurando, para não falar muito, porque primeiro : eu ia começar a chorar e segundo : é impossível transmitir a emoção que esse livro nos causa. Recomendo a TODOS, com certeza é um livro que todo mundo deveria ter na estante.

Eu adoro halloween, é o único dia do ano em que todos usam máscaras, e não apenas eu. As pessoas gostam de fingir que são monstros, enquanto eu tenho que passar o ano todo fingindo que não sou um.