RESENHA: CARRIE, A ESTRANHA (STEPHEN KING)

• Autor: Stephen King
• Páginas: 200
• Editora: Objetiva
• Avaliação: 3/5
• Compare&Compre: aqui.

Carrie, a Estranha narra a atormentada adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, objetos voam, portas são trancadas ao sabor do nada, velas se apagam e voltam a iluminar, misteriosamente.
Aos 16 anos, desajustada socialmente, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram. A vendeta vem à tona de forma tão furiosa e amedrontadora que até hoje permanece como exemplo de uma das mais chocantes e inovadoras narrativas de terror de todos os tempos.

Com tantos ingredientes de suspense, Carrie, a Estranha logo se transformou num enorme sucesso internacional e passou a integrar a mitologia americana. Ao ser transportado para as telas, em 1976, pelas mãos de Brian de Palma, teve a atriz Sissy Spacek e John Travolta em seus papéis principais.

Vou começar essa resenha pelo mais chocante: eu nunca tinha lido Stephen King. Nada. Então essa semana estava pensando em qual livro trazer para cá e um amigo me oferece "Carrie". E, felizmente, aceitei.

"Carrie" é um livro pequenininho, dá para ler em menos de um dia se você estiver com força de vontade. Conta a história de uma menina tão maltratada pela mãe, uma fanática religiosa, quanto pelos colegas de escola. Como diz o próprio Stephen King no prefácio (maravilhoso, por sinal): toda turma tem aquela pessoa considerada por todos "a esquisita". E essa é Carrie. Vemos a crueldade da adolescência, o comum hábito de culpar a própria vítima por ser diferente e a frustração de uma professora por não conseguir parar com aquilo.

O diferencial é que Carrie possui o dom da telecinesia, ou seja, consegue mexer objetos com sua mente. Flashbacks mostram manifestações do chamado gene TC desde sua infância e o aperfeiçoamento de suas habilidades é essencial para a vingança da garota.

A história é contada como se o livro apresentasse um caso verídico: parágrafos são ditos terem sido tirados de estudos sobre o caso e biografias de alunos envolvidos. Eu ainda não tenho uma opinião formada sobre o recurso: achei interessante, mas tenho certeza que um romance mais fluido me pegaria mais. Curiosamente, acabei simpatizando mais com Sue, a garota popular que participa das brincadeiras maldosas, mas se arrepende e tenta consertar os erros, que com a própria Carrie. Menos na parte do baile. A parte do baile é dolorosa enquanto já se sabe o que vai acontecer.

Essa semana descobri por que o autor é considerado isso tudo. Os flashbacks e as explicações do passado dos personagens são muito bem utilizados, a linguagem é fácil sem ser preguiçosa e a narrativa é deliciosa. Esperava mais aprofundamento desse livro e fiquei com a sensação de que é possível se ver tudo num filme de 20 minutos, mas, mesmo assim, o saldo foi positivo. No fim, não me apaixonei tanto pela Carrie, mas estou louca para ler mais Stephen King.