Resenha: A Elite (Kiera Cass)

Editora: Seguinte
Ano: 2013
Categoria: Jovem Adulto / Distopia
Páginas: 360
Avaliação: 
Compre: Submarino & Saraiva

Sinopse: A Seleção começou com 35 garotas. Agora restam apenas seis, e a competição para ganhar o coração do príncipe Maxon está acirrada como nunca. Quanto mais America se aproxima da coroa, mais se sente confusa. Os momentos que passa com Maxon parecem um conto de fadas. Mas sempre que vê seu ex-namorado Aspen no palácio, trabalhando como guarda e se esforçando para protegê-la, ela sente que é nele que está o seu conforto. America precisa de mais tempo. Mas, enquanto ela está às voltas com o seu futuro, perdida em sua indecisão, o resto da Elite sabe exatamente o que quer e ela está prestes a perder sua chance de escolher.

Frustrante!

O que falar sobre A Elite? Só tenho uma coisa a dizer antes de começar a resenha: Eu esperava muito mais.

O Livro começa exatamente onde o seu antecessor terminou, A Seleção ainda está em vigor, só que agora restam apenas seis garotas. A narrativa continua sendo no ponto de vista da America, em primeira pessoa e narrada no passado. Apesar de ser bem simples e direta, eu aprecio bastante a escrita da Kiera, é super fácil e leve, tornando a leitura bem rápida. Isso facilita porque, uma vez que a personagem principal está sendo extremamente irritante, dificilmente a leitura fica maçante.

Quando li “A Seleção” eu gostei muito do livro, mas mais pelas características dos personagens, do que pela história em si. Sim, eu admito, acho que a história de A Seleção é realmente fraca e até um pouco fútil. Ainda assim, não entrei tão exigente no primeiro livro, como eu estava com a sua continuação. Acontece que ao ler “A Seleção” eu não sabia absolutamente nada sobre a história, então eu não esperava nada muito grande, apenas queria algo leve e divertido para ler. 

Só que eu acabei me apegando tanto aos personagens - aka Maxon e America - e gostei tanto da forma simples de escrita da Kiera e do fato dela trazer de volta o governo monárquico em uma distopia, que dei 5 estrelas e favoritei. Infelizmente, isso não aconteceu com A Elite. A bem da verdade é que A Elite pode até ser superior A Seleção, se você for pensar pelo quesito história, mas os personagens, na minha opinião, simplesmente decaíram. Para mim, todo o conjunto deve ser bom e se completar. Entretanto, nesse livro, depois de a Kiera já ter conquistado a maioria dos leitores com seus personagens, esperei que a história fosse bem mais explorada, que os rebeldes deixassem rastros mais permanentes, para que assim, me fizesse implorar de joelhos pelo desfecho dessa trilogia. Não foi nada disso que aconteceu.

- É a coisa mais maravilhosa e terrível que pode acontecer com você - afirmou com simplicidade - Você sabe que encontrou algo incrível e quer levá-lo para sempre consigo. E um segundo depois de ter aquilo, você fica com medo de perder.

Confesso aqui uma coisa para vocês: odeio triângulos amorosos. Eu corro deles, mas de algum jeito, eles me perseguem. Embora existem alguns que me cativam de uma forma tão surpreendente, que eu simplesmente espero que os três fiquem juntos e tá ótimo hahaha.. Mas isso é claro, na maior parte das vezes depende de como a personagem principal irá lidar com os dois carinhas que ela está afim. Não existe nada mais irritante do que personagem que a cada capítulo muda de ideia, ou pior, nem tem nenhuma ideia! 

Isso foi exatamente o que aconteceu com a America, na maior parte do tempo ela ficou tão confusa e perdida que ofuscou total o brilho que a personagem tinha no primeiro livro. Esse era um dos meus maiores receios ao ler A Elite, porque no final de A Seleção, ao mesmo tempo que prometia “esquentar” as coisas, também deixou a entender que o triângulo amoroso ia estar mais forte do que nunca. Daí eu me pergunto, será que as autoras não percebem o quão irritante é o fato da mocinha se agarrar com um a cada esquina e amar o outro a cada parágrafo? 

Mas enfim, a minha maior decepção em A Elite, foi que a autora arruinou meu personagem favorito! Isso vai parecer “mimado” para vocês, mas eu realmente acho que a Kiera detonou com o Maxon. Se por um lado a America parecia confusa e perdida, Maxon não ficou muito atrás. Fiquei torcendo todo o momento pra que a America simplesmente fugisse e se juntasse aos rebeldes com o Aspen. Sério, nunca pensei que fosse desejar isso. O que ficou parecendo, foi que a autora quis tirar a imagem de “perfeitinho” que construiu para ele no primeiro livro. Embora tenha sentido pena dele em certo momento, não consigo entender a falta de atitude dele em diversas ocasiões - ou as atitudes em algumas - e isso acabou comigo. 

Não importava o que viesse, eu enfrentaria. Tinha que enfrentar.

De qualquer forma, ainda não consigo cair de amores pelo Aspen. Acho que ainda não ficou muito claro para mim qual é o verdadeiro papel dele para a história. Sobre a disputa, apesar de ter ficado bem mais “acirrada”, também esperava muito mais. Quero dizer, como pode um governo que tem tantos furos, ainda ter tempo para isso? Ocorreram mais ataques de rebeldes do que no primeiro livro, e só por isso, já era um grande motivo para terminar com a competição de vez. Mas não, a Kiera simplesmente resolveu estender ao máximo possível. Em A Seleção, eu ainda conseguia entender os motivos por trás de toda essa disputa, mesmo que não concordasse muito como tudo era lidado, mas eu esperei que nesse segundo livro a America fosse decidir deixar de vez a competição para tentar destruir o governo, ou que ela finalmente aceitaria a coroa com o mesmo objetivo. De novo, não foi o que aconteceu. America se mostrou tão covarde, e no seu único ato de coragem, se mostrou ainda mais covarde depois. Não a culpo. Mas ainda assim.. achei que a America fosse de ter mais atitude do que ela demonstrou. A todo momento ela parecia muito mais preocupada com seu romancezinho pessoal entre dois garotos, sem sequer se importar com os sentimentos desses dois, do que para o que realmente estava em jogo.

Apesar de tudo isso, houveram alguns pontos altos na leitura que a fizeram valer a pena, mas como não quero dar muitos spoilers, só espero, com todo o meu coração, que no último livro da trilogia, a Kiera finalmente coloque em destaque o que merece estar em primeiro plano e que nos mostre o verdadeiro potencial que a história pode ter. Porque sobre A Elite, me sinto muito, muito amarga.

Obs: O último livro da trilogia, já tem título (The One) e lançamento previsto para abril de 2014.